A região Sul do Brasil está enfrentando a primeira grande onda de calor de 2025, com temperaturas extremas que têm gerado preocupação entre os moradores. Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e partes do Paraná estão sob alerta vermelho devido aos recordes de calor registrados nos últimos dias. O Instituto Nacional de Meteorologia (InMet) informa que as temperaturas máximas estão elevadas em grande parte do país, uma característica típica do verão, mas que neste ano se intensificou de forma alarmante.
De acordo com a Climatempo, a onda de calor que atualmente afeta o Sul do Brasil deve se expandir para as regiões Sudeste e Nordeste nos próximos dias. Embora as condições climáticas atuais ainda não caracterizem uma onda de calor nessas regiões, a previsão é de que isso mude rapidamente. O aumento das temperaturas pode levar a um cenário em que as máximas diárias ultrapassem os 40°C em várias áreas, incluindo estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
A Organização Meteorológica Mundial define uma onda de calor como um evento extremo que ocorre quando as temperaturas máximas diárias superam em 5°C ou mais a média mensal durante pelo menos cinco dias consecutivos. A Climatempo prevê que esse aumento nas temperaturas ocorrerá entre 12 e 18 de fevereiro, com a possibilidade de que algumas cidades experimentem sensações térmicas próximas a 70°C devido à combinação de calor intenso e alta umidade.
A pesquisadora Marina Hirota, da Universidade Federal de Santa Catarina, explica que uma massa de ar quente está instalada na região Sul do Brasil, abrangendo também partes do norte da Argentina e do Paraguai. Essa massa de ar quente está associada à presença de um ciclone extratropical, que, embora esteja distante, influencia as condições climáticas na região. A combinação de altas temperaturas e umidade elevada cria um ambiente propício para a sensação térmica extrema.
Além da massa de ar quente, a topografia da região Sul também contribui para o aumento das temperaturas. No litoral gaúcho, por exemplo, os ventos que sopram de oeste para leste causam um efeito de aquecimento ao subir e descer as serras. Esse fenômeno meteorológico intensifica ainda mais as temperaturas em algumas áreas, resultando em condições climáticas extremamente desconfortáveis para os habitantes.
Nos últimos dias, surgiram projeções alarmantes sobre a sensação térmica, com estimativas de que ela poderia chegar a 70°C em algumas partes do Brasil. Essa estimativa se baseia em uma tabela do Grupo de Climatologia Aplicada ao Meio Ambiente da Universidade de São Paulo, que considera a temperatura e a umidade do ar. No entanto, outros órgãos de meteorologia, como o InMet, indicam que a sensação térmica pode chegar a até 50°C em algumas localidades.
A sensação térmica é uma medida variável que depende de diversos fatores, incluindo umidade, vento e temperatura. A pesquisadora Hirota ressalta que cada pessoa pode ter uma percepção diferente da temperatura, influenciada por fatores como idade e nível de hidratação. Em dias de calor extremo, a capacidade do corpo de regular a temperatura através da transpiração pode ser comprometida, especialmente em condições de alta umidade.
Diante desse cenário, é fundamental que as pessoas adotem medidas para se proteger do calor intenso. Manter-se hidratado, usar roupas leves e buscar sombra são algumas das recomendações para lidar com a onda de calor. À medida que as mudanças climáticas continuam a impactar o clima global, eventos extremos como ondas de calor se tornarão cada vez mais frequentes, exigindo que a população esteja preparada para enfrentar essas condições adversas.